A literatura é a arte que se manifesta pela palavra, seja ela falada ou escrita. Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso. Quanto ao conteúdo, estrutura e, segundo os clássicos, conforme a “maneira de imitação”, podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros: O lírico, quando um “eu” nos passa uma emoção, um estado; o dramático, quando “atores, num espaço especial, apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento”; o épico, quando temos um narrador(este último gênero inclui todas as manifestações narrativas, desde o poema épico até o romance, a novela, o conto).
- GÊNERO LÍRICO
Mas, cuidado! O que foi dito acima não significa que poesia, para ser poesia, precise, necessariamente, apresentar rima, métrica, estrofe. A poesia do Modernismo, por exemplo, caracteriza-se pelo verso livre. A esse respeito veja o que escreveu Carlos Drummond de Andrade na abertura de uma poesia significativamente intitulada “ Consideração do poema.”
“Não rimarei a palavra sono
com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
Ou qualquer outra, que todas me convêm.
As palavras não nascem amarradas,
Elas saltam, se beijam, se dissolvem,
no céu livre por vezes um desenho,
São puras, largas, autênticas, indevassáveis.”
SONETO
É uma composição poética de 14 versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. Apresenta sempre uma métrica – mas usualmente, versos decassílabos e versos alexandrinos – e uma rima.
Ex.
SONETO DE FIDELIDADE [Vinicius de Moraes] De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.
ODE E HINO
Os dois nomes vêm da Grécia e significam “canto”. Ode é uma poesia entusiástica, de exaltação. Hino é a poesia destinada a glorificar a pátria ou louvar divindades.
ELEGIA
É uma poesia lírica em tom triste. Fala de acontecimentos tristes ou da morte de alguém. O “Cântico do Calvário”, de Fagundes Varela, sem dúvida é a mais famosa elegia da literatura brasileira, inspirada na morte prematura do filho.
EPITALÂMIO
Poesia feita em homenagem às núpcias de alguém.
IDÍLIO E ÉCLOGA
Ambas são poesias bucólicas, pastoris. A écloga difere do Idílio por apresentar diálogo.
SÁTIRA
Poesia que se propõe corrigir os defeitos humanos, mostrando o ridículo de determinada situação.
- GÊNERO DRAMÁTICO
TRAGÉDIA
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror.
COMÉDIA
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festa populares, celebrando a fecundidade da natureza.
TRAGICOMÉDIA
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
- GÊNERO ÉPICO
- GÊNERO NARRATIVO
ROMANCE
Narração de um fato imaginário, mas verossímil, que representa quaisquer aspectos da vida familiar e social do homem. Comparado à novela, o romance apresenta um corte mais amplo da vida, com personagens e situações mais densas e complexas, com passagem mais lenta de tempo.
NOVELA
Na literatura em língua portuguesa, a principal distinção entre novela e romance é quantitativa: vale a extensão ou o número de páginas. Entretanto, podemos perceber características qualitativas: na novela, temos a valorização de um evento, um corte mais limitado da vida, a passagem do tempo é mais rápida e, o que é mais importante, na novela o narrador assume uma maior importância como contador de um fato passado.
CONTO
É a mais breve e simples narrativa, centrada em um episódio da vida. O crítico Alfredo Bosi, em seu livro O conto brasileiro contemporâneo, afirma que o caráter múltiplo do conto “ já desnorteou mais de um teórico da literatura ansioso por encaixar a forma-conto no interior de um quadro fixo de gêneros. Na verdade se comparada com a novela e ao romance, a narrativa curta condensa e potencializa no seu espaço todas as possibilidades da ficção.
FÁBULA
Narrativa inverosímil, com fundo didático, que tem como objetivo transmitir uma lição de moral. Normalmente a fábula trabalha com animais como personagens. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe a denominação de apólogo.
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